O espelho que evitamos olhar

Descubra como o autocuidado vai além da aparência. Enfrente as dores mais profundas que você evita admitir e resgate sua conexão consigo mesma.

AUTOCUIDADOAUTOESTIMADESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

Psicóloga Janaína Gomes

1/25/20252 min read

Quem é você sem as expectativas dos outros
Quem é você sem as expectativas dos outros

Autocuidado. Uma palavra tão na moda que quase perdeu o sentido. É mencionada em posts inspiradores, hashtags de bem-estar e comerciais de cremes faciais. Mas, entre nós, você já se perguntou por que o simples ato de cuidar de si mesma parece tão... pesado?

Não estou falando de passar um creme hidratante ou de reservar um dia no spa. Falo daquele autocuidado que exige um confronto íntimo com as partes de você que prefere ignorar. Porque, no fundo, o que realmente dói não é falta de tempo ou de dinheiro para se cuidar. O que dói é olhar para dentro e ver as feridas que você insiste em esconder.

Quantas vezes você se viu sufocada, tentando atender às expectativas de todos? Seu chefe, seu parceiro, sua família, seus amigos. Parece que existe uma fila interminável de pessoas esperando que você resolva algo, como se sua função fosse apagar incêndios alheios. Mas e os seus próprios incêndios?

A verdade que você evita admitir — até para si mesma — é que está exausta. Não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Há dias em que o vazio parece mais pesado que a carga. E, ainda assim, você segue. Porque parar para cuidar de si mesma significa encarar a pergunta que você teme responder: Quem sou eu sem as expectativas dos outros?

O autocuidado real não é silencioso. Ele grita com você para olhar suas inseguranças mais profundas:

  • O medo de ser rejeitada quando finalmente dizer não.

  • A angústia de perceber que você perdeu a conexão consigo mesma enquanto tentava agradar todo mundo.

  • A culpa que sente por querer um tempo só para você, como se isso fosse egoísmo e não necessidade.

E há o medo maior: o de perceber que, por trás da rotina caótica, do sorriso no trabalho, das mil responsabilidades, existe uma pessoa que talvez nem saiba mais quem é.

Cuidar de si mesma, de verdade, não é glamouroso. Não é postar uma foto com legenda inspiradora. É sentar consigo mesma em silêncio e ouvir os sussurros da sua dor. É admitir que você tem limites, que não pode agradar todo mundo, que não pode carregar o mundo nas costas sem quebrar.

Autocuidado é desistir de ser perfeita e aprender a ser suficiente. É dizer para si mesma que está tudo bem sentir raiva, chorar, descansar. É aceitar que ser vulnerável não é fraqueza, mas um sinal de coragem.

Talvez você, como muitas outras, se reconheça nessa história:

  • Você que se culpa por não dar conta de tudo, enquanto a sensação de fracasso te consome.

  • Você que sente inveja de quem parece estar sempre no controle, mas nunca admite isso para ninguém.

  • Você que tem medo de que, se parar por um instante, todo o mundo que construiu desmorone — como se ele dependesse exclusivamente de você.

Esse é o nó que o autocuidado precisa desatar. Ele não é sobre melhorar sua aparência ou otimizar sua produtividade. É sobre resgatar quem você é debaixo de todas as camadas de pressão, culpa e expectativas.

Então, aqui vai um convite: seja corajosa. Permita-se olhar para dentro, mesmo que o que veja assuste. Cuidar de si mesma é um ato de resistência num mundo que te exige mais do que você pode dar.

Porque, no final das contas, autocuidado não é sobre ser melhor para os outros. É sobre lembrar que você merece ser prioridade na sua própria vida. E, sim, isso pode ser doloroso no início. Mas, acredite, é o único caminho para encontrar a paz que você tanto procura.

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